27 de novembro de 2009

Quimioterapia - e já lá vão praticamente 950 horas!

Olá, pessoal (mais ou menos) atento ao que se passa neste nosso mundo!
Hoje poderia começar por falar naquele perú a quem o Obama, além de perdoar de uma morte certa (para o assado), ainda levou para um hotel de 5 estrelas e tornou vedeta de televisão (pelo menos foi notícia de telejornal). Também poderia falar da "Face Oculta" (já repararam que estes grandes casos de corrupção e contrabando envolve quase sempre Aveiro?), das mutações do vírus H1N1 que também já mata em França, do acidente de Tiger Woods, ou que a equipa de basquete do Vagos perdeu com o Gyor por 86-53, para a Eurocup... Mas não! Não vou falar nada disso! Até porque sei que isso não vos interessa. Por isso mesmo vou... falar de mim! (Ah! ganda narcisista!)
E então cá vai o relato dos últimos dias aqui do Je, agora que estou a recuperar deste 5.º tratamento (e que, confesso, está a ser complicado, com todos estes vómitos e enjôos "de grávida"!). Já lá vão praticamente 950 horas de quimioterapia nas veias e, confesso, graças a Deus que já só faltam mais 50 horas para terminar este novo ciclo! Mas vamos lá então:

Adivinhava-se o Inverno! O frio e a chuva começaram a dar sinais de si (ops!... Até parece o início de uma grande obra literária), ao ponto do meu gato Tanino trocar o seu cadeirão na rua... pelo cadeirão na sala (Ah! Foi sol de pouca dura. Acabou aqui as semelhanças com Tolstoi)! Grandes tardadas tem ele feito, a fazer-me companhia nestes dias de semi-reclusão!


...Figura_01: O nosso Tanino no seu recanto favorito, "a ver o tempo passar".

Nestes dias também aconteceu algo que muitos portugueses já quase não acreditavam: o apuramento de Portugal para o Mundial de Futebol em África do Sul, 2010. E, confesso, se também eu cheguei a duvidar, depois de ver o comportamento perfeitamente anormal do público da Bósnia quando tocava o nosso Hino Nacional (todos a assobiar, sem o mínimo de respeito por "A Portuguesa", num nítido comportamento de quem não sabe o que é ter identidade nacional), até que soube muito bem a nossa vitória. E aqui fica o registo para a posteridade. Quem não se dá ao respeito, não merece o respeito!


...Figura_02: O resultado final de 0 - 1 serviu para nos apurar para o Mundial!


...Figura_03: E é por isso que digo: "PARABÉNS, PORTUGAL!"

Também foi tempo de se cumprir uma promessa. Depois da Zé ter conseguido vender um programa na Aliança envolvendo um "contador de contos". Não! Não fui eu o eleito, pois nesta fase nem vontade para isso tem havido. A sorte recaíu sobre o António Morais, que muitos de vós talvez conheçam enquanto actor do CETA, de Aveiro, ou então como professor contestatário à anterior Ministra da Educação Maria de Lurdes (sim! Foi ele quem fez Portugal de Norte a Sul, em bicicleta, em protesto contra o processo de avaliação dos professores; também foi ele quem fez esse percurso a pé - leram bem! a pé... - no mesmo protesto! Ou deu a cara, como sindicalista, nos noticiários televisivos que cobriam os referidos protestos). Mas aqui não falamos nada disso. Estas frases que acabaram de ler ir-se-ão auto-destruir em menos de 10 segundos... 9... 8... 7... 6... 5... 4... 3... 2... 1... Pronto, já está! O quê??? Não se auto-destruiu? Pô***a! Já não se pode confiar nestas tecnologias informáticas!). Mas não faz mal! Quando eu repetir 3 vezes a palavra "bipapagaquígrafo!", a vossa memória será apagada e esquecerão o atrás escrito. Combinado?).
Mas então, dizia eu, o prometido é de...vidro, pelo que o António Morais e a sua amiga Ana (actores por paixão) vieram até nossa casa para degustarem umas prometidas e saborosas pataniscas de bacalhau... E que bem que nos souberam!


...Figura_04: O almoço de pataniscas, com a Ana a adorar e (quase) a esquecer o stress de ter um trabalho a entregar nesse dia e o seu computador ter (quase) crashado!

Mas, vitórias e pataniscas à parte, o frio chegou mesmo para ficar. Daí que também foi tempo de acender pela primeira vez a lareira. E ela não mais deixou de se acender, nestes dias que nos acompanham (É verdade! Estou a escrever esta "crónica" ao crepitar da lareira e... também adivinharam... com o Tanino deitado no seu ninho!)


...Figura_05: A inauguração da lareira, com o calor a espalhar-se pela casa e eu a apreciá-lo (... na falta de um whisky!)


...Figura_06: Mas com mensagens destas, ocultas na parede, qual alusão a um qualquer livro de Dan Brown, quem não acha que "A Vida é Bela!"?

E no domingo tivemos o prazer de receber a visita de dois "caminhantes convictos!" - a Liliana e o seu "futuro marido" Ângelo(eles ainda não sabem disto, pois apenas estão a combinar o casamento para a sua "5.ª vida". Apenas eu já o sei, numa fantástica fisão futurista que me atacou... os meus dois neurónios) . Estes dois amigos, que são o corpo "e a cabeça" dos "Toc'a Caminhar", que 2 vezes por mês nos desafiam a trocar o conforto das pantufas pelo frio das botas, o descanso do sofá pelo esforço das caminhadas e a tardada num shopping pelas verdadeiramente belas paisagens deste nosso Portugal! Que saudades que já tenho de os acompanhar! Que bom que tudo irá terminar dentro em pouco para ver se consigo recuperar as forças e recomeçar a acompanhá-los! Passámos aqui uma tardada de conversa, com lanche pelo meio, e com eles ainda equipados da caminhada que tinham feito nessa mesma manhã, a estudarem novos percursos para nos proporem! Aquilo é que é amor à causa!


...Figura_07: Eis os caminhantes na sua visita (bem saborosa) por nossa casa!

Nessa noite o André veio de boleia com o namorado da Inês (o Pedro) - já estão a pensar no famoso trágico-romance da Quinta das Lágrimas, "Pedro e Inês", berdad? - que o trouxe até casa, sem precisar de ir buscá-lo ao comboio. Conclusão: terminámos a noite em grande actividade futebolístico-matraquilheira, com o duo FMJ a vencer nas grandes penalidades o André e o Pedro! Ah pois é!...

E termino esta publicação com uma informação importante para todos aqueles a quem, como a mim, têm uma grande dificuldade na higiene oral (boca e dentes). Com efeito, nestes dias do tratamento, uma das coisas mais difíceis por que passamos é "aguentar" uma pasta de dentes na boca, com todos estes sintomas de enjôo. Por isso deixo aqui a sugestão que utilizo - após várias tentativas frustradas de conseguir uma pasta praticamente inóqua (sem aroma e sem paladar), finalmente encontrámos numa farmácia aquela que melhor suporto... E agora olhem para o canto superior direito do vosso monitor... rápido, que já se está a deslocar para o canto esquerdo... viram? a palavra "PUB"... Já passou! E então já posso referir a marca da pasta - ELGYDIUM. Recomendo-a a todos aqueles que, como eu, têm grande dificuldade em suportar as tradicionais pastas de dentes!


...Figura_08: Perguntam-me: "quanto recebi por esta publicidade?". Confesso: para cima de um dinheirão! Mas... Um homem tem que fazer pela vida e sustentar os seus vícios (a mulher, as 15 amantes, o cão, os gatos, os Mercedes e BM's, as pensões dos 12 casamentos anteriores, etc...)

E é com mais esta informação relevante para doentes oncológicos que me despeço de todos vós! Vão lá ver a telenovela e, não esqueçam, numa citação ao grande Raúl Solnado: "Façam o favor de ser felizes!".
Fiquem bem!

20 de novembro de 2009

'Bora lá criar o Dia Internacional do Homem

É verdade! Já repararam que o único dia que o homem tem direito, por ano, é mesmo o "Dia do Pai"? Está na hora de igualarmos as mulheres, pois elas têm imensos dias consagrados:
- Dia da Mãe;
- Dia Internacional da Mulher;
- Dia dos namorados (que, na prática, só serve para nós gastarmos dinheiro com elas. Logo, é um dia para elas!);
- ...

Lanço, pois, por isso o seguinte repto: 'Bora lá criar o Dia Internacional do Homem! E apresento seguidamente as muitas razões mais que válidas para que este dia vá p'rá frente. Ei-las:

1) Quem é obrigado a erguer os pés quando ela está fazendo limpezas?
R: O prestativo homem.

2) Quem se veste como pinguim no dia do casamento?
R: O humilde homem!

3) Quem é que, apesar do cansaço e do stress, jamais poderá fingir um orgasmo?
R: O sincero homem!

4) Quem é obrigado a sustentar a amante esbanjadora?
R: O abnegado homem!

5) Quem se expõe ao stress por chegar em casa e não encontrar a comida quentinha, as crianças com o banho tomado, a roupa lavada, a cozinha limpa e o aperitivo já posto sobre a mesa?
R: O doce homem!

6) Quem corre o risco de ser assaltado e morto na saída da boite, cada vez que participa dessas reuniões nocturnas com os amigos, enquanto a mulher está bem segura em casa na sua caminha quentinha?
R: O desprotegido homem!

7) Quem é o encarregado de matar as baratas da casa?
R: O valente homem!

8) Quem segura a cauda do rojão quando chega em casa com marca de batom na camisa e é obrigado a dar explicações que nunca são aceitas?
R: O incompreendido homem!

9) Quem é que toma banho e se veste em menos de vinte minutos?
R: O ágil homem!

10) Quem é que tem de gastar consideráveis somas em dinheiro comprando presentes para o dia das mães, da esposa, da secretária e outras festas inventadas pelo homem para satisfazer à mulher?
R: O dadivoso homem!

11) Quem jamais conta uma mentira?
R: O ético homem!

12) Quem é obrigado a ver a mulher com os rolinhos nos cabelos e cara cheia de cremes?
R: O compreensivo homem!

E se estas razões não forem suficientes, acrescento ainda os seguintes pontos, que "arrasam" os mais cépticos. Já reparam nos seguintes pontos?

- A tortura de ter que usar fato e gravata no verão (elas podem usar tops, vestidos sem costas, sem frente, sem mangas... Por nós, até sem nada!);

- O suplício de fazer a barba todos os dias (depilação? as mais "regulares" não fazem mais de uma por mês);

- O desespero de umas cuecas apertadas (tentem "encaixar o material" em cuecas fio dental...);

- Viver sob o permanente risco de ter que entrar numa luta provocada pela sua mulher (bem... quem nos mandou casar com aquela boazona que todos cobiçam?);

- Tomar conta da churrasqueira nos fins-de-semana enquanto todos se divertem (grande trauma, principalmente se acabou a cerveja em casa);

- Ter sempre que resolver os problemas do carro (e quase sempre estes foram provocados por elas na condução!);

- Ter a obrigação de ser um atleta sexual (então e a atenção que também temos que dar às amantes? Elas não percebem isso?);

- Ter que notar a roupa nova dela (e já viram a quantidade de vezes que elas usam roupa nova???);

- Ter que notar que ela mudou de perfume (e nenhum cheira a vinho tinto Douro Reserva...);

- Ter que notar que ela trocou a tintura do cabelo de Imédia 713 para 731 louro bege salmon plus up light forever (como é que elas querem que nós decoremos os números?);

- Ter que notar que ela cortou o cabelo, mesmo que seja somente um centímetro (como se tamanho fosse MEEEEEEEESMO importante...);

- Ter que jamais reparar que ela tem um pouco de celulite (então elas não repararam que quase sempre "o fazemos" com a luz apagada?);

- Ter que jamais dizer que ela engordou, mesmo que isto seja a pura verdade (afinal, com os anos quem não engorda? Nós, homens, não, claro!);

- Trabalhar com’ó caraças em prol de uma família que reclama que você trabalha com’ó caraças (temos culpa da secretária loira boazona que o nosso patrão nos destinou ser uma femininista determinada que acha que deve trabalhar até à mesma hora que nós, pela noite dentro...?);

Depois elas ainda acham que é fácil, só porque nós não menstruamos...

'DEUS ABENÇOE O SANTO HOMEM'! Tenho dito!

Fiquem bem!

16 de novembro de 2009

News of your friend: ME!

Pois... Eu sei que estavam à espera de algo completamente diferente, assim ao estilo dos Monthy Phyton... Mas não! Desta vez vamos aqui encontrar apenas o mesmo de sempre: as últimas novidades aqui do Je, que por coincidência é o mesmo ME do título nesta publicação.
E já que falei aqui nesses "monstros do humor britânico" que foram os Monthy Phyton, tenho a confessar-vos uma coisa: estava já com muitas saudades de visionar aquele épico que vi pela primeira vez nos idos 1987, em plena primeira semana (de sempre!) estudantil da Universidade de Aveiro (recordo-vos que até àquele ano a Universidade apenas nos concedia o final da tarde de quinta-feira para prepararmos o Enterro do Ano que, recordo, decorre à noite pelas ruas de Aveiro, e o dia seguinte, que coincidia com o chamado "Dia Aberto", em que não havia aulas e a Universidade abria as suas portas ao público geral - claro! Depois da noitada do Baile do Enterro, dos copos bebidos e da espera pelo pão quente nas padarias da cidade, qual era o aluno que conseguiria comparecer nas aulas? Talvez eu!................... NÁ!!!!). Bom, mas retomando o raciocínio, o filme épico visto no (já "falecido") cinema "Estúdios 2002" era aquele que passou a ser um ex-libris para todo o sempre - a Vida de Brian!
Assim, e apenas pela 25.ª vez (reparem que o "apenas" não tenta ser enganador! É que há quem já tenha visto mais vezes que estas todas!...), sentei-me em frente ao meu televisor neste dia 3 de Novembro e... 'bora lá! Claro está que tive que iniciar o meu ex-caloiro e afilhado André, pois já tem idade para contactar pela primeira vez com este fantástico movie...

...Figura_01: O genérico do filme. Para quem nunca o viu, não percam! É (talvez) só o melhor filme de humor de todos os tempos! E humor que se mantém actual, apesar dos já mais de 30 anos passados desde a sua realização!

Posto isto, foi também tempo de reunir o grupo dos "Magníficos" (de quem já falei em publicações anteriores), ex-colegas na Sanitana mas ainda hoje subsistindo a sua amizade. E como o tempo não está para brincar, com a proliferação da Gripe A por este país e eu com as minhas defesas em baixo, toca a reunir... em minha casa. E foi assim que nos juntámos aqui, na quarta-feira dia 4, para degustar um (para mim sempre magnífico) bacalhau à broeiro, preparado pela Zé, acompanhado com tinto da Ermelinda Freitas e espumante da produção caseira dos Santiagos (dizem todos eles que estava excelente... chuif... chuif... já que eu me "quedei" por uma cerveja... sem álcool!).

...Figura_02: A recepção ao pessoal, já com um flute de espumante "Santiago's" na mão de cada um deles... e minha também não!


...Figura_03: O cenário é já bem conhecido (porque será?), mas foi uma honra recebermos estes ilustres "Magníficos" no nosso cantinho. E até a Zé e o André tiveram o direito de se juntar a nós... bom, caso contrário, não comeríamos! lol

Nesse mesmo fim-de-semana, recebemos a minha irmã e família, com a minha madrinha Fernanda no lugar do Rafa (este tinha trabalhos para fazer, pelo que ficou em sua casa), para um almoço, novamente caseiro. E desta vez não foi preciso eles trazerem-no de casa... fomos nós a organizar. E se foi um pitéu! Mais uma vez a qualidade culinária da Zé foi posta à prova, "improvisando" uns cubos de frango em molho especial e acompanhado com maçã e castanhas, tudo proveniente do forno (nem imagino como ela faz estas especialidades! Só vos sei dizer que é de comer e chorar por mais!...), e que a todos nos deliciou.

...Figura_04: O almoço de família, com o prato em primeira vista!


...Figura_05: E ainda houve tempo para a mãe defrontar o filho, numa animadíssima partida de matraquilhos.

Por último, e porque nós até que sêmos dados a estas coisas da arte culinária, no fim-de-semana seguinte (este que agora passou), recebemos nova amiga aqui em casa, para mais um jantar (não) vínico. Desta vez foi a nossa loirinha Marisa (não é a fadista; é ainda mais famosa) que nos acompanhou num bacalhau com natas (para elas; frango churrasco para mim... e novamente vinho apenas para as mulheres!). E ficámos a conversar até tardito, a relembrar temas... da Sanitana.

...Figura_06: O jantar com a Marisa. Foi um prazer nesta noite pormos a conversa em dia...

Fiquem bem!...

13 de novembro de 2009

DOENÇA ONCOLÓGICA - O nosso (humilde) contributo para levarmos a melhor!

Pois é. Inspirado por mais um comentário de uma leitora deste blog - ver comentário à publicação de 3 de Outubro (obrigado, Manuela!) - optei hoje por fazer uma nova publicação mais séria, onde procuro descrever um pouco as várias fases pelas quais um doente oncológico normalmente passa. Obviamente que não pretendo ser exaustivo nem tão pouco abranger todos aqueles que, como eu, passa(ra)m por uma situação desta gravidade, mas tão somente dar o tal "humilde contributo" que a experiência de quem sofreu na pele algumas destas fases poderá ajudar a novos "doentes" ultrapassar mais facilmente cada uma dessas mesmas fases. A todos os leitores que procuram uma publicação descontraída, passem esta à frente! Aos que procurem saber algo mais sobre essa doença terrível que é O CANCRO, dediquem algum tempo e leiam.
Irei seguidamente descrever algumas das fases mais importantes por que passamos em todo este processo.

FASE 1 - A DESCOBERTA DA DOENÇA ONCOLÓGICA
Esta é uma das fases mais complicadas quer para o doente quer para os seus familiares mais directos. Toda a gente fala que um primeiro passo para a cura de um cancro passa pela sua detecção precoce. Infelizmente, tal nem sempre é possível, até porque esta é uma doença chamada de "silenciosa", pois ataca-nos sem aviso prévio ou grandes sinais reveladores. É verdade que, estando atentos, poderemos desconfiar de algo. Mas a realidade é bem diferente! Nunca acreditamos que connosco tal estará a acontecer, e sempre acreditamos que nada se passa.
Por exemplo, no meu caso, a detecção foi efectuada por uma colonoscopia que realizei apenas para assegurar que a minha "maridona" a fosse realizar. Ou seja, desconfiado de algo de mau nela, procurámos dar força um ao outro e fomos os dois (apesar dela se ter apercebido de algumas alterações funcionais em mim, mas isso apenas pela enorme cumplicidade que sempre tivemos... e eu, confesso, não me apercebia delas). Por exemplo: suores noturnos, a ponto de me mudar de camisolas interiores 3 vezes por noite, completamente encharcadas; ou a dificuldade no acto de defecar, com a sensação de "não alívio" sistemático; o aparecimento de "manchas escuras" nas fezes, que parecia sangue e que o teste de detecção de "sangue oculto" deu sempre como negativo... Resultado: felizmente ela estava bem e eu tinha um enorme pólipo quase a obstruir o intestino. Sorte? Sim, foi... Mais algum tempo e teria sido tarde de mais!
Depois de descobrirmos que algo de mau estaria ali no meu intestino, entrámos na Fase 2.

FASE 2 - COMO É POSSÍVEL ESTAR A ACONTECER COMIGO?
Esta é a fase da incredulidade. "Não! Isto não pode estar a acontecer... Porquê eu?" Quando nos é confirmado o diagnóstico de um tumor, parece que o mundo nos desaba em cima. Aqueles primeiros momentos são de verdadeiro terror e de pânico. É aqui que deveremos buscar todas as forças a tudo o que nos rodeia - o/a companheiro/a, os amigos, a beleza da vida, a magnificência da Natureza... Tudo serve. Basta pensarmos: não! Ainda não pode ter chegado a minha hora, pois ainda temos muito para usufruir e oferecer à VIDA! Entramos, pois, na Fase 3.

FASE 3 - A REACÇÃO
No meu caso, ainda sem saber se o pólipo seria maligno, foi-nos logo indicado que teria que sofrer cirurgia para remover, dada a sua dimensão. Era hora de reagirmos à notícia. O primeiro passo sugerido é o de procurar pessoas que tenham passado por experiências análogas, a fim de nos darem os seus conselhos e sugestões. Destes contactos rapidamente se avança para o inevitável - encontrar o mecanismo mais rápido e eficaz para nos ajudar a passar à fase seguinte. E aqui RAPIDEZ pode ser palavra chave. A minha sugestão passa sempre por tentar várias opções - idealmente um IPO, dada a sua especialização no tema, ou um Hospital Distrital que abarque a especialidade do nosso tumor. Poderemos também sempre tentar hospitais privados, desde que tenhamos dinheiro para suportar as despesas e sempre que os públicos nos demorem demasiado a consultar e tratar. E, como disse antes, aqui a RAPIDEZ do processo pode ser (é!) crucial... Entramos, pois, na Fase seguinte.

FASE 4 - A LUTA
Esta é a fase principal de todo o processo - aquela que dita a nossa salvação (e reparem que não coloco a hipótese de "algo correr mal"! Isso é coisa que nunca, repito: NUNCA! nos pode passar pela cabeça. Pensamento positivo é a nossa missão. Os médicos deverão realizar a sua tarefa, os medicamentos a sua função e nós a nossa - ACREDITAR SEMPRE!
Entramos, pois, na fase da LUTA sem tréguas ao nosso mal. Para isso deveremos confiar na ciência médica, acreditar que eles farão o seu melhor por nós e avançar para os passos seguintes. No meu caso, acreditava-se que seria uma operação relativamente simples e rápida. Mas a verdade era mais cruel - o tumor havia trespassado as paredes do intestino e estava já aderente à bexiga, por detrás da mesma, facto que não tinha sido detectado pelos exames previamente feitos. Daí avançar para a quimioterapia de remissão, na busca de "zona de cisão", para poder ser operado.

FASE 5 - A SORTE
Pois é! A sorte também entra na nossa luta. Eu tive a sorte de ter ido parar às mãos das pessoas certas! O cirurgião, Dr. José Avelino, verificou o meu estado e, em vez de simplesmente cortar e retirar-me parte do intestino e também parte da bexiga, decidiu que eu deveria ter qualidade de vida. Assim, após a primeira cirurgia, "enviou-me" para a oncologia médica, para os tratamentos de quimioterapia, para que estes me reduzissem a sua dimensão e assim poder efectuar uma segunda cirurgia, esta sim de remoção.
Aqui novamente tive "a sorte" de ir parar às mãos daquela que é ainda hoje a minha oncologista, a Dra. Margarida Teixeira, e já irão perceber porquê. Numa primeira fase do tratamento, a Dra. Margarida optou por iniciar o tratamento com FOLFIRI, decisão que se justificou ter sido acertada, pois ao final de 6 tratamentos, a TAC e uma RM (respectivamente Tomografia Axial Computadorizada e Ressonância Magnética) confirmaram que o tumor havia regredido e que seria possível a operação. 3 tratamentos posteriores e a mesma aconteceu, com sucesso!
Segui para uma nova fase de tratamentos, com a escolha a recair, desta vez, no FOLFOX, e mais uma vez o papel da Dra. Margarida foi preponderante, ao assumir a continuidade dos tratamentos. Ela não desistiu de mim e a prova aqui está - continuo aqui, entrando na nova Fase.

FASE 6 - O ACOMPANHAMENTO POSTERIOR
Se todas as fases descritas são importantes, esta não o é menos. Afinal, esta "doença silenciosa" não é normal, e quando se diz que a cirurgia foi "curativa" não tem o significado que poderemos pensar - não estamos curados! Daí que deveremos ser acompanhados nos anos seguintes, sempre atentos aos valores e sinais que o nosso corpo nos vai revelando, e que nem sempre serão suficientes para nos apercebermos e vencermos em definitivo a doença. Esta fase é também crucial, pois depois de muitos meses (anos mesmo) em que a nossa vida regressa à (aparente) normalidade, subitamente poderemos descobrir que algumas das células que se foram mantendo no nosso corpo, quase inertes, despertam para a sua actividade anormal de crescimento (proliferação descontrolada), formando um novo tumor no mesmo ou noutro orgão qualquer do nosso corpo. E aqui a detecção pronta volta a ser decisiva.
Mais uma vez tive a sorte de, em vez de apenas exames de rotina (como a análise ao sangue e respectivos marcadores tumorais, ou apenas um RX), a minha oncologista solicitou um novo TAC, quase 2 anos depois da minha "operação curativa", que revelou um novo foco tumoral no pulmão direito, comprovado posteriormente por um novo exame: uma PET (Tomografia por Emissão de Positrões, no Inglês, e que também já aqui referi, numa publicação anterior). Ou seja, em vez de receber a mensagem "vamos alargar o tempo de controlo pois já passaram os primeiros 2 anos", recebi a notícia "vamos começar novo processo, pois apareceu um novo cancro" (ou, no meu caso, uma metástase resultante do primeiro).
E pronto, cá estou eu novamente a atacar esta doença, com a força da Fé, da Confiança, dos Amigos e da Esperança em como iremos vencer!

FASE COMPLEMENTAR - A ALIMENTAÇÃO!
Por último, e durante todas estas fases, há algo que também ocorre com praticamente todos os doentes oncológicos, em tratamento de quimio ou radioterapia - a imunodepressão!
E que é isto? Bom, resumidamente consiste no facto dos fármacos (ou a radioterapia) nos "atacarem" também as células essenciais ao nosso sistema imunitário, que nos protegem das inúmeras agressões que, do exterior, sempre procuram invadir-nos o corpo, e com isso ficarmos muito mais expostos a doenças ou infecções.
Outro problema prende-se com os sintomas que os tratamentos nos provocam. Enjôos, vómitos e vários outros sintomas que nos retiram o apetite e nos fazem descurar a alimentação. Só que esta é F U N D A M E N T A L para recuperarmos os valores que se vão abaixo ou, mais simplesmente, para nos protegerem os orgãos que facilmente poderão colapsar com os tratamentos (fígado, rins, coração...).
Aqui a minha maridona desempenhou um papel preponderante - a leitura e a pesquisa constante de informação selectiva, pois há imeeeeeeeensa informação na internet, mas também com o contacto que fez a uma excelente nutricionista especializada nos alimentos adequados aos doentes oncológicos (e que, sem ainda hoje conhecermos pessoalmente, nos prestou sempre ajuda por e-mail, e a quem deixo também aqui, hoje e agora, o meu muito obrigado - Dra. Paula Ravasco), e a literatura que foi procurando e adquirindo.
E com esta literatura conseguiu sempre ajudar-me a não ter "aquele aspecto de um doente oncológico" (cor amarelada, ar de subnutrição, ...), conseguindo ainda ajudar-me a recuperar de valores bem abaixo dos mínimos (exemplo: hemoglobina de 10,1 para os actuais mais de 14! E já com mais de 880 horas de quimio!). Conseguiu ainda ajudar-me a recuperar da intoxicação do fígado, ou da fraqueza que o músculo cardíaco estava a adquirir, com a continuidade dos tratamentos...
Assim, e para ajudar todos aqueles, doentes, familiares ou amigos, eis aqui uma lista dos principais livros que fomos seguindo ao longo deste processo. Que os mesmos vos ajudem como me têm ajudado a mim!

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA PARA AJUDA:
1 - Alimentos Contra o Cancro, de Dr. Richard Béliveau e Dr. Denis Gingras, editado pela Guerra e Paz, Editores SA.;

2 - Top 100 Alimentos para o Sistema Imunitário, de Charlotte Haigh, editado pela Sinais de Fogo;

3 - Guia dos Alimentos Vegetais, de Jean-Claude Rodet, editado pela Gradiva;

4 - O Livro Médico dos Remédios Caseiros para Prevenir Doenças, de coordenação de Hugh O'Neill, editado pelo Círculo de Leitores;

5 - O Poder Curativo dos Alimentos, de Michael T. Murray, também do Círculo de Leitores;

6 - Manual de Preparação de Sumos, de Judith Millidge, da Editorial Estampa;

7 - Anti-Cancro: Um Novo Estilo de Vida, de David Servan-Schreiber, editado pela Caderno;

8 - Recomendações Alimentares para o Doente Oncológico do Primo António (sebenta que desconheço sua publicação ou autor);

9 - Padre Pio: Um Santo Entre Nós, de Renzo Allegri, editado pela "Paulinas" (Instituto Missionário Filhas de S. Paulo), livro este de apoio espiritual a quem, não tendo a doença no corpo, nos acompanha e vive com outro peso nem por sombras menor que o nosso)

DICAS FINAIS
Como referi, alguns dos principais problemas que atravessamos passam pela dificuldade na alimentação e na falta de apetite.
Uma ajuda importante prende-se com o "arejamento" global da área onde nos instalamos, pois qualquer aroma mais intenso poderá desencadear em nós uma crise de enjôo. Assim, evitar áreas culinárias (durante a sua confecção), zonas de detergentes (ex: corredores dos supermercados), etc. poderá evitar-nos alguns contratempos;
Beber muita água (1,5 a 2 lts por dia), para ajudar os rins a filtrar-nos os químicos do sangue. Se sentirem alguma dificuldade em beber tanta água, poderão fazer chá verde, de uma segunda água (primeira fervura, durante 1 minuto, bebendo-se a água de uma segunda fervura, após mais 5 minutos de infusão das mesmas ervas);
Evitar açúcares (fonte primordial de alimentação das células cancerígenas, no seu crescimento exponencial. É, aliás, graças a esse fenómeno que surgiu a técnica do PET...) e outros produtos refinados;
Durante os tratamentos, evitar comer qualquer tipo de carne (aguardar pelo menos 5 dias após recebermos a quimioterapia - no meu caso, que faço de 2 em 2 semanas, durante aproximadamente 49 horas cada tratamento). Sempre que como carne, apostamos fundamentalmente em costeletas de borrego, vitela (riquíssimas para recuperação da hemoglobina) ou carnes de aviário (ditas "brancas");
Muita coisa fica por dizer, dada a complexidade do problema (e, claro, o facto de não sermos nenhuns expertees. No entanto, deixo o meu contacto, para todos aqueles que desejem trocar impressões ou sugestões: fmjmagico@gmail.com/ Até lá, não esqueçam. O grande segredo está na NOSSA ATITUDE!!! Que o nosso Deus (seja Ele qual for) esteja connosco e nos ajude a acreditar sempre no MILAGRE!...
Fiquem bem e assumam sempre esta atitude!

11 de novembro de 2009

Homenagem ao meu amigo David Sousa (para colmatar uma falha neste espaço)

Pois é! Isto é algo que já deveria ter feito há muito tempo... No entanto, e como sempre acreditei que mais vale tarde que nunca, eis aqui a mais que justa homenagem àquele que, mais que um campeão do mundo na magia, é um BOM AMIGO!

Apreciem a sua técnica, o seu charme e o seu estilo. DAVIDE SOUSA!... Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap!

7 de novembro de 2009

Gramática portuguesa

Nestes tempos em que a era digital nos vai ensinando um novo tipo de linguagem (quem não conhece os termos "lol", "kiduska", ":-)", etc?), resolvi aqui fazer de "velho do Restelo" e homenagear a gramática portuguesa, nos seus mais bonitos fonemas. Assim sendo, reproduzo aqui um texto feito por uma aluna de Letras, que obteve a vitória num concurso interno promovido pelo professor da cadeira de Gramática Portuguesa. Reparem bem na subliminaridade subjacente que sobressai desta fantástica utilização do léxico!... e já repararam como eu também estou aqui a "falar" bem?
Bom, mas vamos lá ver a "descrição do que poderia ser um texto de cariz erótico-narrativo...

"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Ela era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, ao contrário dele que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.
De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro.
Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo.
Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento. Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo.
Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo. Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois.
Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula. Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros. Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais.
Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular. Ela era um perfeito agente da passiva; ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.
Nisto a porta abriu-se repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se; e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício.
Que loucura, meu Deus! Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois.
Só que, as condições eram estas:
Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva."

E eu terminaria indicando que "o substantivo, após colocar o artigo feminino na sua conjunção coordenativa conclusiva, voltou-se para o verbo auxiliar atirado pela janela e três pontos." Tenho dito!

Fiquem bem...

2 de novembro de 2009

Semana boa, semana m... menos boa!

Os dias sucedem-se e a luta continua! Pretendia ter aqui deixado o registo dos meus dias no pós-segundo tratamento e, sem (quase) dar por isso, já lá vai o terceiro e estou a entrar naquela que identifico como sendo a semana boa dos sintomas pós-quimioterapia.
Têm-me pedido para descrever quais são esses sintomas! Pois não é fácil descrevê-los... Penso que o pior sintoma é mesmo o gosto constantemente presente na boca, a metal, e que nos confere o sabor a náusea. É verdade que nos livros do Harry Potter este sabor é muito conceituado, com os seus famosos rebuçados a saberem a vomitado, mas confesso que continuo a preferir o gosto de um bom tinto e a saborear o paladar de um espumante... Há-de chegar esse dia, se Deus quizer! Até porque a boa notícia da semana é a da minha oncologista, Dra. Margarida, ter já confirmado que irei "apenas" fazer 6 tratamentos, o que me indica ter já atingido a "nota positiva" (com 50% já passamos, certo, ó senhôres fessôres?). Desta forma, já irei passar o Natal em recuperação, atravessando dias bons e não deixando que este "sabor a náusea" me estrague o paladar dos filhós, das rabanadas, do arroz-doce e aletria... hummmm! Já tenho água na boca só de pensar nestas guloseimas natalícias...
Outra das perguntas que me fazem com frequência é: "e que fazes nestes dias, em casa? Deve ser uma chatice não ter que fazer..." Bom, como poderão ver pelas fotos descritivas destas minhas duas semanas, poderão ver que "rotina" ou "aborrecimento" é algo que não entra no meu vocabulário. Até porque o que me falta é tempo para fazer todos os projectos que pretendo levar àvante. Mas vamos ao ilustrativo destes dias...


...Figura_1: Isto é algo que espero mesmo não vire rotina: avaria no fecho de uma porta do "Fofocus" (nome com que baptizámos o nosso carro), que teve que ir a arranjar, no sr. Constantino Santos. E, claro, "lá foi varão...", mesmo com o preço de amigo que ele sempre me faz!


...Figura_2: E porque é tempo de celebrar Martinho, aquele soldado romano que em plenos Alpes, dividiu ao meio a sua capa com a espada partilhando-a com um pobre cheio de frio que pedia esmola; com esse gesto Deus acabou com o mau tempo que se fazia sentir, fazendo brilhar um sol de Verão (eis o porquê do "Verão de S. Martinho". As coisas que eu vos ensino...), nós fomos partilhar umas castanhas com os nossos cumpadrês Cristina e Francisco Jordão. Eis aqui o Chico e a Zé a saborear um licor... de alfarroba!


...Figura_3: ... Obviamente que também esteve presente neste primeiro magusto o nosso afilhado Gonçalo.


...Figura_4: Mas porque alguém tinha que fazer o trabalho (neste caso, assar as castanhas), calhou-me a mim em sorte...


...Figura_5: E a noite terminou connosco a jantar os petiscos preparados... ou comprados fora!


...Figura_6: Também o meu irmão (e família) nos fizeram uma rápida visita no fim-de-semana, mas ainda suficientemente demorada para jogarmos 3 partidinhas dos matraquilhos, para gáudio das minhas sobrinhas. Aqui "gáudio" tem o significado de delícia, prazer, divertimento (N.do A. que, neste caso, sou eu mesmo!)


...Figura_7: E depois às segundas, logo pela manhã para evitar a presença doutros alunos e aumentar o risco de contrair uma dessas gripes que estão na moda, lá vou eu até à minha aulinha de guitarra, onde "dou cabo dos nervos" ao professor, Rafael Campanilhe, com as minhas (des)afinações...


...Figura_8: Entretanto chegámos ao Halloween e à famosa "noite das doçuras ou travessuras". Estes foram os nossos primeiros "clientes", que tiveram direito ao grosso do quinhão: 1 kg de rebuçados que depois quase nos fizeram falta para os restantes visitantes da noite.


...Figura_9: Após mais um dúo de meninas (que infelizmente não registei em foto e que estavam muito bonitas, de bruxinhas), fomos visitados por esta dupla de fantasmas (Marco e Filipe), que lá levaram as suas guloseimas.


...Figura_10: E a noite terminou com um "bando de bruxinhas" a visitar-nos para terem direito também às suas gostosuras, com o Doc sempre atento às suas "belezuras"...

Vêem como "agitação" é coisa que não falta por aqui? Fiquem bem...