A Explicação da Crise... com burros!
Pois é. Porque este espaço é, já o disse várias vezes, também de cultura, de divulgação e, claro, de partilha de conhecimentos, achei oportuno, nesta fase em que todos os portugueses (todos? Não... Há seguramente por aí, algures, uma pequena aldeia, último reduto de (in)corruptos políticos, que a crise não conseguiu conquistar!)... Mas, dizia eu, em que (quase) todos os portugueses (assim está mais adequado) estão a viver momentos de grande crise, decidi explicar a crise mundial, utilizando uns burros!
E qual a razão da escolha destes magníficos animais? Bom, seguramente não por serem "burros", no sentido "escolar" do termo. Com efeito, sendo eles parentes dos cavalos (afinal, ambos pertencem ao mesmo género - Equus, ou Equídeos - e até à mesma família - Equidae). Isso mesmo, as coisas que eu sei e que vocês aprendem aqui... Mas, dizia eu, sendo eles parentes dos cavalos, são vistos como animais com muito menos charme, muito menos elegância, e talvez isso ajude a explicar porque parecem andar sempre tristes. Já tinham pensado nisso? Mas, a principal razão de os utilizar para explicar esta grave crise em Portugal, na Europa e mesmo no mundo, eles servirão perfeitamente. Até porque, no fim, perguntarei - afinal, quem são "os burros"?
Mas cá vai a história.
"Um homem apareceu numa aldeia do “interior esquecido” e ofereceu aos seus habitantes 100 euros por cada burro que lhe vendessem. Boa parte da população vendeu os seus animais. No dia seguinte voltou e ofereceu melhor preço: 150 por cada burrico. Outra boa parte da população vendeu os seus. Voltou um dia depois e ofereceu 300 euros. O resto do pessoal vendeu os últimos asnos. Ao ver que não havia mais animais disponíveis, o homem ofereceu 500 euros por cada jumento, dando a entender que os compraria na semana seguinte, e desapareceu.
No dia seguinte mandou à aldeia um cúmplice com os burros que tinha comprado, oferecendo-se para os vender a 400 euros cada um. Com a ganância de os vender a 500 euros na semana seguinte, todos os aldeãos compraram os jericos a 400 euros. Quem não tinha dinheiro pediu emprestado. Entretanto, compraram todos os burros da região.
Como era de esperar, o fulano desapareceu e o cúmplice também, e nunca mais se soube nada deles. Resultado: a aldeia ficou cheia de burros e de gajos endividados. Vejamos o que ocorreu depois:
Os que tinham pedido dinheiro emprestado, por não venderem os burros não puderam pagar os empréstimos.
Os que tinham emprestado dinheiro, queixaram-se à junta de freguesia dizendo que se não retomavam o dinheiro ficariam arruinados, e então não podiam continuar a emprestar… E toda a aldeia ficaria arruinada.
Para que os prestamistas não se arruinassem, o Presidente da Junta, em vez de dar dinheiro à gente da aldeia para pagar as dívidas, emprestou aos próprios prestamistas.
Mas estes, que já tinham cobrado grande parte do dinheiro, não perdoaram as dívidas aos aldeões, que continuaram endividados. O Presidente da Junta desbaratou assim o orçamento da freguesia, que também ficou endividada.
Então pediu dinheiro a outras freguesias, mas estas negaram-se a ajudar porque, como a junta estava tão empenhada, não poderia devolver o que lhe emprestassem.
Resultado: Os Chico-espertos do princípio, de papo cheio; os prestamistas, com a sua ganância satisfeita; um montão de devedores a quem continuaram a cobrar o que lhes emprestaram, acrescido dos juros, ficando ainda sem nenhum dos já desvalorizados burricos com que nunca conseguiriam cobrir toda a dívida. E por isso ficou muita gente arruinada e sem burro para toda a vida.
A Junta ficou também arruinada. Para solucionar esta preocupante situação e salvar toda a aldeia, o responsável BAIXOU O ORDENADO DOS SEUS FUNCIONÁRIOS!"
Agora a pergunta do milhão: "Não vos parece isto um déjà vú? Esta história não vos faz lembrar algo que diariamente nos entra pelas nossas casas, na hora do telejornal? E, pior ainda, que papel é o nosso nesta história?
Porque, meus amigos, deixo-vos com esta frase que coloquei no meu "Livro das Caras" (também conhecido por Facebook): "Alguém que me explique: como conseguiremos ultrapassar esta crise se estamos a ser liderados precisamente por aqueles que a têm provocado ao longo destes anos?"
Espero não vos ter tirado o sono... Fiquem bem!
E qual a razão da escolha destes magníficos animais? Bom, seguramente não por serem "burros", no sentido "escolar" do termo. Com efeito, sendo eles parentes dos cavalos (afinal, ambos pertencem ao mesmo género - Equus, ou Equídeos - e até à mesma família - Equidae). Isso mesmo, as coisas que eu sei e que vocês aprendem aqui... Mas, dizia eu, sendo eles parentes dos cavalos, são vistos como animais com muito menos charme, muito menos elegância, e talvez isso ajude a explicar porque parecem andar sempre tristes. Já tinham pensado nisso? Mas, a principal razão de os utilizar para explicar esta grave crise em Portugal, na Europa e mesmo no mundo, eles servirão perfeitamente. Até porque, no fim, perguntarei - afinal, quem são "os burros"?
Mas cá vai a história.
"Um homem apareceu numa aldeia do “interior esquecido” e ofereceu aos seus habitantes 100 euros por cada burro que lhe vendessem. Boa parte da população vendeu os seus animais. No dia seguinte voltou e ofereceu melhor preço: 150 por cada burrico. Outra boa parte da população vendeu os seus. Voltou um dia depois e ofereceu 300 euros. O resto do pessoal vendeu os últimos asnos. Ao ver que não havia mais animais disponíveis, o homem ofereceu 500 euros por cada jumento, dando a entender que os compraria na semana seguinte, e desapareceu.
No dia seguinte mandou à aldeia um cúmplice com os burros que tinha comprado, oferecendo-se para os vender a 400 euros cada um. Com a ganância de os vender a 500 euros na semana seguinte, todos os aldeãos compraram os jericos a 400 euros. Quem não tinha dinheiro pediu emprestado. Entretanto, compraram todos os burros da região.
Como era de esperar, o fulano desapareceu e o cúmplice também, e nunca mais se soube nada deles. Resultado: a aldeia ficou cheia de burros e de gajos endividados. Vejamos o que ocorreu depois:
Os que tinham pedido dinheiro emprestado, por não venderem os burros não puderam pagar os empréstimos.
Os que tinham emprestado dinheiro, queixaram-se à junta de freguesia dizendo que se não retomavam o dinheiro ficariam arruinados, e então não podiam continuar a emprestar… E toda a aldeia ficaria arruinada.
Para que os prestamistas não se arruinassem, o Presidente da Junta, em vez de dar dinheiro à gente da aldeia para pagar as dívidas, emprestou aos próprios prestamistas.
Mas estes, que já tinham cobrado grande parte do dinheiro, não perdoaram as dívidas aos aldeões, que continuaram endividados. O Presidente da Junta desbaratou assim o orçamento da freguesia, que também ficou endividada.
Então pediu dinheiro a outras freguesias, mas estas negaram-se a ajudar porque, como a junta estava tão empenhada, não poderia devolver o que lhe emprestassem.
Resultado: Os Chico-espertos do princípio, de papo cheio; os prestamistas, com a sua ganância satisfeita; um montão de devedores a quem continuaram a cobrar o que lhes emprestaram, acrescido dos juros, ficando ainda sem nenhum dos já desvalorizados burricos com que nunca conseguiriam cobrir toda a dívida. E por isso ficou muita gente arruinada e sem burro para toda a vida.
A Junta ficou também arruinada. Para solucionar esta preocupante situação e salvar toda a aldeia, o responsável BAIXOU O ORDENADO DOS SEUS FUNCIONÁRIOS!"
Agora a pergunta do milhão: "Não vos parece isto um déjà vú? Esta história não vos faz lembrar algo que diariamente nos entra pelas nossas casas, na hora do telejornal? E, pior ainda, que papel é o nosso nesta história?
Porque, meus amigos, deixo-vos com esta frase que coloquei no meu "Livro das Caras" (também conhecido por Facebook): "Alguém que me explique: como conseguiremos ultrapassar esta crise se estamos a ser liderados precisamente por aqueles que a têm provocado ao longo destes anos?"
Espero não vos ter tirado o sono... Fiquem bem!
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