13 de agosto de 2010

Nossa Senhora da Saúde, Belide, Condeixa-a-Nova

Para os leitores mais atentos, verificaram na última publicação que, mal chegados a casa provindos (gosto desta palavra!) de Odeceixe, de imediato nos preparámos para voltar a sair, para grande tristeza do nosso Doc, Tanino e Tico. E para onde fomos nós?, perguntam-se vocês. (Sim, eu sei que não perguntaram, mas foi só para fazer estilo!) Bom, rumámos para Belide e para os festejos de N. Sra. da Saúde.
Hoje levanto apenas uma pequena ponta do véu que encobre o mistério que (pasmem-se! Ou não, como queiram...) há muitíssimos anos paira sobre a minha aldeia Natal. E esta pequena ponta do véu mostra apenas este pequeno trecho de um "mito não urbano" que, confesso, eu próprio desconhecia, mas que procurarei aprofundar e partilhar convosco. E reza assim a história:

Andava a população de Belide a discutir entre si qual o local para erigirem a sua Igreja Matriz, em honra da sua Santa Padroeira. E claro, à boa moda portuguesa, não estavam a entender-se quanto ao local onde deveriam construi-la. Eis senão quando, num daqueles milagres dignos de serem investigados por Mulder & Scully (a todos aqueles que não sabem quem são estes, é só enviarem um e-mail para aqui o je - fmjmagico@gmail.com - que terei todo o prazer em vos explicar!), em pleno Verão, mais concretamente a 5 de Agosto, a população acordou nessa manhã com um magnífico manto de branca neve... apenas na área onde, precisamente, hoje existe a Igreja. Ou seja, a população entendeu a mensagem divina e decidiu ocupar aquele rectângulo de neve, não com uma estância de ski, mas antes com a tão desejada Igreja, finalmente com local para construção.

Se gostaram deste "mito não urbano" poderão sempre fazer um comentário nesta publicação, pois tenho alguns outros que poderei partilhar convosco. Bale?


...Figura_01: Eis a imagem da Igreja de N. Sra da Saúde, em Belide.


...Figura_02: E este é o interior da Igreja, em dia de Festa, com as imagens da Santa Padroeira do lugar quer no andor que sai em procissão, quer ao fundo, por detrás do sacrário, numa magnífica escultura maciça que evoca a Sra da Saúde com o Menino Jesus no seu colo.


...Figura_03: E assim, no dia 5 (depois de, na véspera, termos jantado em casa do meu irmão), reunimo-nos em casa dos meus pais, para um almoço em família... com direito a aperitivos e tudo!


...Figura_04: Aqui eu com o meu irmão e os sobrinhos André e Rafael, também num brinde semi-silencioso a Nossa Senhora da Saúde!


...Figura_05: O almoço familiar, com os meus pais, irmã, cunhado e sobrinhos (o meu irmão almoçou em sua casa com a sua família).


...Figura_06: Pelas 16H teve início a imponente procissão, com a tradicional guarda de honra pelo corpo da GNR a cavalo.


...Figura_07: Seguiam-se os andores levados em ombros pelos voluntários (e voluntárias), em pagamento das suas promessas ou simplesmente para cumprir a tradição. Aqui N. Sra. de Fátima...


...Figura_08: Também a padroeira da capital distrital (Coimbra), a Rainha Santa Isabel...


...Figura_09: Um dos andores mais carismáticos, tradicionalmente levado por crianças - o nosso Menino Jesus.


...Figura_10: O Sagrado Coração de Jesus levado em ombros por mulheres (também é normal ser assim, neste dia).


...Figura_11: E, claro, a imagem de N. Sra da Saúde em toda a sua magestade magnificência!


...Figura_12: Ao final da tarde fui ver um pouco da actuação do rancho folclórico dos pauliteiros de Vila Nova de Anços, por desconhecer esta tradição sem ser em Mirandela.


...Figura_13: À noite, já depois do jantar, fomos ouvir a Banda tocar, naquele que é um dos pontos altos destes festejos.


...Figura_14: Quase toda a população se reúne ali no adro da Igreja para apreciar os sons instrumentais com que eles nos brindam. Aqui eu com os meus padrinhos Fernando e Amélia. Cabe aqui um esclarecimento: apesar de não serem meus padrinhos e sim dos meus irmãos, desde sempre assim os chamei e assim sempre o serão!


...Figura_15: Foi também com enorme prazer que ali encontrei uma das minhas amigas de infância, ainda emigrada na Alemanha, que com o marido e seus dois filhos (gémeos nascidos precisamente neste dia), vieram visitar os pais e a terrinha. Gostei muito de a rever e recordar outros tempos. Obrigado, Maria João!




...Figura_16: E desde ali vimos o magnífico fogo de artifício com que também habitualmente se encerra o dia 5 de Agosto, para gáudio dos assistentes e terror das aves residentes.






...Figura_17: No final dessa noite encontrámos a mãe da Joãozinho, que nos convenceu a ficar ali mais uma noite com o intuito de irmos no dia seguinte até sua casa apanhar amoras, fruto antioxidante poderosíssimo. E depois de uma tentativa frustrada de irmos até ao bailarico (a música estava altíssima; até se sentia o troar do ar em todo o corpo, com o ribombar daqueles graves), na manhã seguinte lá fomos recolher aqueles frutos.


...Figura_18: E a D. Maria surpreendeu-nos com a quantidade de frutos que nos ofertou, apanhados por ela e pela minha maridona. E eu? Bom, só alguns, poucos... Mas alguém tinha que registar os momentos, certo?


...Figura_19: No final fizemos um brinde final em sua casa com licor... de amora (claro!), já com a presença do seu marido João.


...Figura_20: De regresso a Aveiro preparámo-nos para receber o nosso amigo de Alcochete, em viagem de ida até ao "seu" Gerês de paixão, mas aceitando o nosso convite de fazer de nossa casa "Malaposta" - almoço e jantar com pernoita... e com direito a espumante!


...Figura_21: E daí chegámos ao brinde da praxe (pois claro!)


...Figura_22: No início da semana, já com o António no Gerês (infelizmente a arder com os incêndios que continuam a lavrar nestes Verões mais quentes), fomos até Viana do Castelo para as limpezas do quintal da casa da avó da Zé. E vimos já a cidade engalanada, preparando-se para as festas da Sra. da Agonia.


...Figura_22: Antes do regresso ao Porto e dali a nossa casa, reza a tradição que teria que comer um sidónio na cidade. E ali captámos a imagem da Avenida principal, que nos encheu de vontade de irmos até lá para os festejos. Assim nos permita o exame aos ossos (Cintigrama) que irei fazer próxima segunda-feira.

Termino esta "crónica" fazendo mais duas referências a encontros de "velhos amigos", além do primeiro já atrás relatado (que teve a ver com a Maria João).
A primeira foi no dia 4 de Agosto, em que encontrei a São, minha antiga "namorada", par do rancho e muitas outras coisas, junto da esposa do seu irmão e um dos meus grandes amigos de infância. Mas, infelizmente, em vez de festa por este reencontro, o momento foi de consternação por descobrir que ela (a sua cunhada) se encontra a enfrentar um cancro de mama que já lhe valeu a cirurgia e um primeiro tratamento de quimioterapia. Para ela fica aqui a minha mensagem: Não te deixares abater é palavra de ordem, pois hoje em dia, e felizmente, apesar de ainda serem números trágicos aqueles que se referem aos cancros, o da mama já nos permite acalentar grande esperança de sobrevivência. Acreditar sempre é preciso; enfrentar com coragem, determinação, confiança e, acima de tudo, muita fé (nos médicos, na medicina, na farmacologia, nos amigos, na família, em nós próprios e em Deus!).
Ela encontrava-se abalada pois naquele mesmo dia o seu cabelo iniciara a sua queda, que será total. No entanto nunca te deves esquecer: A queda do cabelo é um sintoma da cura e não da doença!

A segunda referência diz respeito ao dia 7, felizmente esta bem mais feliz, e que ocorreu no Jumbo de Aveiro. Aqui tive o prazer de encontrar a Lúcia Mateus, uma ex-colega da Sanitana, com o seu marido e filho, ficando ali nós a conversar por algum tempo, em viagem ao passado e a alguns acontecimentos felizes que ali vivemos e partilhámos.

E termino lançando este repto a todas vós: fico à espera dos vossos contactos, Maria João, Lúcia e São! Gostaria de ir acompanhando a evolução das vossas vidas, pois também vocês fizeram (e sempre farão) parte da minha vida! Podem comentar este blog ou, mais fácil ainda, enviarem-me um e-mail para fmjmagico@gmail.com. Fico à espera!

Quanto a todos vós me despeço por agora. Vão acompanhando este blog, pois sem vocês ele deixaria de fazer sentido. Fiquem bem e sejam felizes!

1 Comments:

Blogger Américo Oliveira said...

Li com atenção e interesse a história da localização da igreja de Belide e fico a pensar o que terá isso a ver com a sua (original?) padroeira que é (era?) Nossa Senhora das Neves.
Onde recolheu essa versão, pode saber-se?
Também eu tenho raizes nesta aldeia onde, aliás, o meu avô paterno tudo fez para que por finais de 1914 a Escola Primária se instalasse no lufar.
Américo Oliveira

24 maio, 2020  

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