15 de julho de 2009

Odeceixe, again!

Ainda se lembram como terminei a última publicação? Não? Tem fácil remédio: é só descerem um pouco, até ao final deste dia, e entrar na anterior, directamente ao fim (deste modo - indo directamente ao fim - evitarão "cansar-se" com a leitura do resto do texto. Dou ou não dou bons conselhos?). Mas para todos aqueles que, como eu, chegam a esta altura do ano cansados, mortinhos por irem de férias, eu poupo-vos, ainda assim, essa maçada - eu digo-vos! Falava da "boa notícia" recebida após o exame no Hospital da Luz. Afinal, só tinha um cancro no pulmão! (desculpem-me os menos optimistas, mas ter um pequeno cancro no pulmão é bem melhor que ter um cancro no pulmão e outro na zona pélvica, como se chegou a suspeitar, tá?). E por isso mesmo rumámos até... Odeceixe (pois claro!).
Fomos na quarta-feira, com a ideia inicial de virmos embora no sábado. Mas, confesso, ainda na viagem de ida e já eu ruminava, nos meus pensamentos, a ideia de voltarmos só no domingo (porque seria?)... Ainda por cima, soubemos que os nossos amigos David e Vera estavam ali tão próximos, em Porto Côvo, mas com vontade de passar também por Odeceixe.


Partimos ao meio-dia, depois de ter dissipado toda a radioactividade que havia ingerido para a PET (aqui na travessia da Ponte Vasco da Gama).

Infelizmente meia Lisboa também havia decidido abandonar a capital, rumando até aos Algarves, o que provocou uma enchente na autoestrada do sul como nós nunca tínhamos visto - filas que chegaram a atingir os 10 km. Felizmente na região da Grândola (Vila Morena... ganda Zéca!) virámos à direita, rumo a Sines, e o trânsito lá fluíu melhor!
Como é da praxe, foi obrigatório passar por Porto Côvo, pela Marisqueira do Marquês onde (pasmem!) encontrámos, a comer uma rica sopa de peixe, nada mais nada menos que... o David e a Vera! Nem mais... Mas a viagem tinha que continuar, já que se eles ali estavam instalados no parque, nós ainda não tínhamos onde dormir (e pela afluência de trânsito lisboeta, aproveitando o fim-de-semana alargado, ainda por cima com os feriados de Sto. António, a tarefa de nos alojarmos parecia quase... Missão Impossível!). Claro que a Zé e a Vera ainda tiveram tempo para... ver lojas de artesanato!
Finalmente, e após mais algumas peripécias de trânsito tipicamente alfacinha (ultrapassagens pela direita, pela berma; ultrapassagens em linha contínua; passagens com semáforo vermelho... vimos um pouco de tudo! Não, sr. polícia, não fixei as matrículas de nenhum destes infractores... Sorry!) chegámos a... ODECEIXE AGAIN!... Quartos? Tá quieto, também eu queria... Nada, népia, nicles... tudo cheio ou reservado, há já várias semanas (mas será que estes lisboetas não sabem ser normais e organizar as suas férias... em cima do joelho, sem marcações prévias?)
Felizmente os tentáculos das nossas amizades são longos e bem mais que "oito" (pussy) (perceberam a piada? Octopussy? Oito pussy? Oito... Hã?... Não? Tá bem...), e rapidamente meio Odeceixe estava já a procurar arranjar-nos quarto. E não é que conseguiram? Obrigado, D. Olívia...
E após assegurarmos a dormida na casa da D. Marieta, era tempo de ir reencontrar os ares e os cheiros tão característicos da nossa Odeceixe, pelo que rumámos até à Praia de Odeceixe, para aspirar aquele ar purificador (não sei porquê, mas quase me convenci que estas inspirações terão sido suficientes para eliminar o meu tumor pulmonar!)



"Iupiiiiiii! Sentem este cheirinho a Odeceixe?"


"Claro que sinto", respondeu ele todo ufano, depois de sorver 4 m3 daquele ar, mix monte e praia, mix areia e sol, mix Algarve e Alentejo...

Seguimos para a vila, para nos instalarmos no "nosso" quarto, onde a vista que dali tínhamos era a que se segue - magnífico quadro de Odeceixe, com o seu moinho altaneiro (ops! costuma dizer-se isto para os castelos, não é?)


Até na brancura das casas este Algarve parece alentejano (ou deverei dizer o Alentejo algarvio?)



E se aquela era a paisagem exterior, esta era a paisagem "inside".


Depois de uma noite (muito) bem dormida, o dia amanheceu magnífico, com o sol a prometer um excelente dia de praia. Mas a D. Marieta fez com que o dia ainda acordasse mais magnífico, ao oferecer-nos um "bolo de boas-vindas" que nos deliciou na refeição matinal... Nem a D. Celeste nos ofereceu alguma vez, em todos estes anos que ali nos alojámos!



Vêem-no, tão jeitosinho e gostoso?


Vêem-no, tão jeitosinho e gostoso? Ops! Esta eu já tinha usado para o bolo... Ok, então altero - eis o je no primeiro dia de praia de 2009! Que maravilha (a praia!)

Claro que a Zé preferiu ficar no seu espaço de eleição - o quiosque Agapito, mais conhecido pelo Bar do Sr. Fernando!
Mas nessa noite, já depois de um jantar junto ao mercado, fomos surpreendidos com o ensaio das marchas populares de Odeceixe, a desfilar pelas ruas da vila (confessem: já tinham esquecido que eu referi ser altura de Sto. António, certo?).


O desfile... a marcha... o glamour... (soa melhor que a famosa frase do Albarán: "O drama... a tragédia... o horror...", no es berdad?)


Uma cara bem conhecida ("será dos jornais?") na praça central de Odeceixe, apreciando o desfile.



D. Olívia e a tal dos jornais, para a posteridade...


No dia seguinte, mais do mesmo. Eu na praia, a Zé com o Sr. Fernando Agapito, no bar. Não parece um déjà vu?


Mas a minha queriduska (Ena! Há quanto tempo não utilizava esta palavra!...) não abdicava de espreitar a Praia...

E foi nesta tarde que os nossos queridos amigos David e Vera chegaram a Odeceixe, com a confirmação de virem também ocupar o 2.º quarto da D. Marieta. Deste modo, estávamos todos juntos, com um ambiente fantástico. Pareciam mesmo férias...



A Vera e o David neste ambiente mágico de Odeceixe.


E aqui eu armado em paparazzi, procurando obter um exclusivo daquele famoso casal em pano de fundo...


Nessa noite os nossos amigos família Agapito convidaram-nos para jantar em S. Teotónio...


... onde demos uma volta noturna para apreciar a beleza das flores de papel que enfeitavam a aldeia (já vos tinha dito que era dia de Sto António?)


A (justa) homenagem à minha maridona... pergunto-me ainda hoje como eles souberam que ela ali iria estar...? ;-)


E a homenagem (também justa) à minha pessoa. É que, partilho hoje convosco, nos meus tempos de UA, eu era conhecido pelo "Homem Aranha". Seria porque armava umas teias onde ELAS caíam todas? (Ops! Acho que não devia aqui ter dito isto... Por favor ignorem estas últimas 108 letras, pontuação incluída, espaços excluídos, tá?)


Houve ainda tempo dos nossos amigos Fernando e esposa darem um pézinho de dança popular (eu já vos tinha dito que era Santo...? Ok!)


Claro está que nós também não lhes quizemos ficar atrás. Vai daí que... vai de roda, Manel...


No dia seguinte, ainda sonolentos, reencontrámos os nossos amigos, indo até à praia (desta vez mais cinzenta. Seria Odeceixe triste por sentir que estava quase a chegar a nossa partida?).


E como a praia estava comprometida, 'bora lá andar no kim... boio. A Vera, toda bonita...



O David, deleitando-se no banco da frente (ou seria mesmo sono?)



Eu, armado em importante...



E a Zé, simulando um alto voo atrás do comboio, qual super-mulher... sem capa!

Nessa noite voltámos até São Teotónio, desta vez com os nossos amigos para saborearmos a magnífica pizza de vitela e, claro, voltar a ver a lindíssima ornamentação das ruas. No dia seguinte era dia de regressar a casa, mas ficou-nos a vontade de voltar, mesmo tendo que enfrentar aqueles mais de 15 km de filas no autoestrada de regresso (porquê, Lisboa?)! ODECEIXE, AGAIN! SEMPRE!...