9 de dezembro de 2007

Por terras de "nuestros hermanos"!

Como o prometido é de... vidro, segue-se a narrativa dos últimos dias passados por terras de Espanha, mais concretamente por Jerez de La Frontera, onde a Zé esteve a assistir ao I Congresso Internacional de Enologia em nome da Enodestinos, e eu estive como (quase) turista!
Saímos no domingo já depois do almoço (ainda em casa), seguindo por autoestrada directos ao Algarve. Por sugestão do meu cunhado Sérgio, escolhemos Montegordo para a primeira pernoita, para dividir a viagem em duas jornadas (opção para a viagem não ser tão cansativa... e adiar ao máximo a entrada em Espanha, ou que pensam?). Já em Montegordo dirigimo-nos a um hotel de 3 estrelas, do qual saímos quase em passo de corrida, tão mau era o seu aspecto! Tinha mais de 200 quartos, mas nitidamente habituados a um turismo de baixo nível ou pouco exigente. Dirigimo-nos depois a uma Residencial que aparentava muito bom aspecto, o que se comprovou pela pernoita que ali fizemos - quarto confortável e espaçoso, sossegada (pudera! Eramos os únicos clientes...) e limpa, condições mais do que suficientes para ficarmos ali muito bem instalados.



Imagem da Residencial onde pernoitámos.


Partimos para Jerez na segunda de manhã.



A passagem da ponte de V. R. S. António...



...e a entrada em Espanha.





Chegámos àquela simpática cidade por volta do meio dia (que bem que resulta ter um GPS nestas viagens rumo ao "desconhecido"!, ficando a Zé logo ali na Universidade de Jerez, onde o Congresso decorreu.



A minha maridona a entrar para a sala de Congressos.





Aqui o je foi procurar o nosso Hotel, onde uma nova surpresa me aguardava - o Palácio Garvey havia reservado um pequeno quarto, quase minúsculo, e que ainda por cima nos obrigava a subir 2 lanços de escadas carregado com as malas... já para não falar do fantástico cheiro que ali exalava, a fazer-nos sentir quase em Aveiro... quando Cacia nos ataca em força! Claro está que quando a Zé ali chegou, de imediato tratou de reclamar junto da Directora, que rapidamente nos providenciou um novo quarto, sem escadas, com espaço... e sem aromas. Para não falar de lhe ter conseguido um desconto... Boa, maridona!



Saboreando um (merecido) Jerez de boas vindas.



Nessa tarde estivemos numa sala a preparar vários programas de Enoturismo que tínhamos que enviar para a Luciana (Caves Aliança), tendo a organização do Congresso disponibilizado de imediato uma sala para trabalharmos, bem como acesso à internet.

À noite decorreu o primeiro jantar temático, havendo uma visita livre às "Bodegas Sandeman" (que perdemos!), seguida do jantar num espaço alusivo aos Cavalos - a Real Escuela Andaluza de Arte Ecuestre, onde assistimos a um magnífico momento lúdico de canto Cigano - o Flamenco puro.


O vinho Jerez servido com o requinte das bodegas.





O tema em causa foi "Maridando Pucheros Gitanos, Palos Flamencos, Vinos e Brandies del Marco de Jerez". E Vinhos de Jerez foi coisa que não faltou nestes 3 dias: Fino, Oloroso e mais dois tipos que agora não recordo, para além dos brandies típicos daquela região produtora. E tudo isto comigo só a cheirá-los! Bom, confesso... Desta vez não resisti e sempre fui molhando os lábios...



"Os copos da tentação"...






E lá assistimos aos cantos ciganos tão típicos da Andaluzia, que nos encantaram a todos... Sim, valeu-nos isso, porque as comidas, meu Deus! Que saudades que tivémos da comidinha portuguesa! E mesmo os vinhos, apesar de tão famosos, não chegam aos calcanhares dos nossos tintinhos e espumantes. São interessantes, mas pouco mais!



Os artistas dos cantos ciganos.





No dia seguinte deixei a Zé na Universidade e andei caminhando pelas ruas de Jerez, conhecendo a parte velha. Muitos monumentos, mas por momentos até me senti em Portugal: muitas ruínas, muito lixo pelo chão, muitos "resíduos caninos" pelas ruas... enfim, valha-lhes as Bodegas muito organizadas turisticamente, que do resto pouco há a dizer.



E a catedral deles até é bem bonita!



Imagens de uma Bodega (Domecq)





À noite fomos a um espaço muito interessante, onde fomos novamente presenteados com a (muito má) comida típica dali, os (mesmos) diferentes tipos de vinhos Jerez e um espectáculo de música acompanhando o buffet (comidinhas servidas com todos os convivas de pé, beberricando os vinhos das Bodegas Caballero, situadas no Castelo de S. Marcos, em Puerto de Santa María). A noite valeu pelo espaço que é, sem dúvida, magnífico. O nome: "Cocina en miniatura y cocteleria creativa de Vinos e Brandies del Marco de Jerez".



O castelo.



A entrada no castelo.



No interior (sêmos ou não sêmos bonitos?)



A publicidade às Bodegas Caballero, o nosso anfitrião da noite.



Os companheiros da noite.





Na quarta-feira nova viagem até à Universidade, sempre (bem) guiados pelo GPS (sem dúvida que esta tecnologia vale o dinheiro que custa)! Ficando a Zé entregue às Chiquitas, comecei a ouvir um barulho de... carros de F1. Perguntei onde ficava o circuito, pois disseram-me que estavam ali a decorrer os treinos, pelo que me meti a caminho. E o circuito ficava a 6 km dali (imaginem o ruído!), numa estrada sempre a direito.



Para ali me dirigi e ali me entretive durante todo o resto da manhã a assistir aos treinos (custou-me 3 euros!) Foi giro, diferente, mas não me convenceu a assistir a um Grande Prémio. Acaba por ser mais interessante na televisão, pois temos uma percepção de toda a pista.



Os bólides em acção.





À noite voltámos a ter um novo jantar daquela magnífica (Argh!...) comida espanhola e os (sempre iguais) vinhos de Jerez, agora nas Bodegas Barbadillo, em San Lúcar de Barrameda. O jantar temático teve o pomposo nome de "Cocinillas y Zambombas del Marco de Jerez", onde fomos brindados com um magnífico momento de cantares de Natal andaluzes.





Voltámos para o hotel nessa noite cheios de fome (pudera!), cansados, mas ainda assim felizes pela bela noite de cânticos tradicionais e danças andaluzas. Pena que as bailarinas eram todas... dinossauras! ;o) Mas mesmo assim foram magníficas nas suas actuações do Flamenco.



A despedida do Hotel.





Quinta-feira foi dia de voltarmos (finalmente) a Portugal, saudosos da nossa sopinha.



O regresso.





Mas a viagem não terminou ainda sem mais uma pequena aventura - um furo e consequente "estraçalhar" do pneu frontal esquerdo, que nos fez parar em pleno autoestrada, já para cá de Santarém, para colocar o suplente (noite escura, nevoeiro e obras no autoestrada com muito trânsito... Um final de noite perfeito!)... E saímos em Leiria, pois com este incidente, atrasámos algum tempo que nos fez ir jantar num restaurante à beira da N1, já próximos de Pombal (também aqui éramos os únicos clientes, num salão para mais de 100 pessoas... Isto sim, é tratamento VIP). Chegámos tarde e cansados, mortinhos pelo conforto da nossa casa e de uma noite de descanso.

No dia seguinte a vida social continuou. Começámos por ir à Mealhada arranjar o pneu (aproveitei para mudar tb o segundo, já um pouco gasto), seguimos para Coimbra, a uma empresa, voltámos a Aveiro (casa) e seguimos para Vilarinho do Bairro, para o jantar natalício oferecido pela WRC (empresa incubadora da Enodestinos), onde jantámos no Restaurante Chicote e ali ficámos até quase às 3 da manhã, em alegre cavaqueira, alguma magia, alguma música e muitas anedotas!



O grupo no jantar.



... e alguma magia com cartas - PhilMount em acção!





No sábado, novo momento social - um congresso em Conímbriga organizado pela minha amiga e psicóloga Lena Moura - "Olhos nos Olhos com a Diferença" -, onde se debateram vários temas relacionados com a Deficiência e os seus problemas sociais. E aqui o je também deu o seu pequeno contributo - fiz verem a Diferença com um olhar... mágico. É verdade! Há já vários meses (mais de um ano!) que não fazia nenhum espectáculo de magia, sendo esta a minha re-estreia. Foi bonito, correu bem e no final a Directora da APPACDM até me desafiou para ir fazer ali um espectáculo de Natal, já que os amiguinhos Margarida e Bruno ("clientes" desta Associação) adoraram o espectáculo. E assim me senti aclamado pela assistência...







Domingo foi dia de não sair de casa, para recuperar as energias dispendidas ao longo da semana... e preparar-mo-nos para mais uma semanada de trabalhos de organização da II Edição do Curso de Iniciação à Prova de Vinhos, pela Enodestinos, que irá decorrer no próximo sábado, 15 de Dezembro. E também foi por este cansaço que não fomos visitar o nosso novo "sobrinho" Gonçalo, pois tivemos a muito boa notícia que a Cristina, o Francisco e este novo elemento da família já regressaram à sua casa de Vagos. Bem vindos de volta, meus amigos!
E assim termino as crónicas desta semana, com a promessa que voltarei com mais novidades, alguma anedota ou simplesmente para vos dizer olá! Me aguardem...
FM